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Vendas em bares e restaurantes tiveram queda de 4,9% em setembro

No comparativo anual, setor apresentou retração de 3,9%, após três meses de estabilidade

As vendas no setor de bares e restaurantes recuaram 4,9% em setembro, segundo dados do Índice Abrasel-Stone, relatório mensal divulgado pela Stone, principal parceira do empreendedor brasileiro, em parceria com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Com relação ao mesmo período do ano anterior, as vendas apresentaram retração de 3,9%, após uma sequência de três meses de estabilidade.

Pesquisa mostra queda no consumo em bares e restaurantes

Para o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, “setembro já começou com um ritmo abaixo do esperado em comparação a agosto, mês em que se comemora o Dia dos Pais, data importante para o faturamento do setor. Mas outros fatores também influenciaram no resultado negativo, como por exemplo, o alto índice de inflação que restringiu a renda da população, e o impacto dos casos de intoxicação por metanol, que espalhou pânico entre os consumidores e provocou uma queda na movimentação de alguns estabelecimentos”, finaliza.

Segundo o economista Guilherme Freitas, pesquisador da Stone, o resultado de setembro reflete um ambiente mais desafiador para o setor de alimentação fora do lar.

“Apesar de o mercado de trabalho seguir em bom nível, com baixa taxa de desemprego, o ritmo de geração de vagas formais perdeu força e o endividamento das famílias segue elevado. Esse quadro limita a renda disponível para consumo e afeta especialmente itens não essenciais, como refeições e bebidas fora de casa. Além disso, a inflação específica do setor continua pressionada, com alta acumulada em doze meses, o que encarece o tíquete médio e aumenta o preço. Por fim, a recente crise do metanol adicionou um fator pontual de incerteza e pode ter contribuído para a retração observada no mês”, analisa.

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Dos 24 estados contemplados pelo levantamento, apenas dois apresentaram crescimento nas vendas do setor de bares e restaurantes em setembro, na comparação anual: Maranhão (2,6%) e Mato Grosso do Sul (1%). Já entre os estados com desempenho negativo, as maiores quedas foram observadas em Roraima (11,5%), Pará (9,9%), Rio de Janeiro e Santa Catarina (7,6%), Paraíba e Sergipe (7%), Mato Grosso (6,9%), Rio Grande do Sul (6,5%), Rondônia (5,8%), Ceará (4,9%), Bahia (4,2%), Alagoas e Tocantins (4,1%), Pernambuco (3,9%), Espírito Santo (3%), São Paulo (2,7%), Minas Gerais (2,4%), Amazonas (1,6%), Goiás e Paraná (1,1%), Rio Grande do Norte (1%) e Piauí (0,4%).

Estabelecimentos têm o menor índice no vermelho em cinco anos

O setor de alimentação fora do lar voltou a respirar em agosto de 2025, registrando o menor índice de empresas operando no vermelho desde o início da pandemia de Covid-19. Ainda segundo a Abrasel, apenas 16% dos estabelecimentos fecharam o mês com prejuízo, enquanto 43% tiveram lucro e outros 40% mantiveram suas receitas estáveis, um sinal de recuperação que não se via há anos.

Mesmo com a inflação acumulada de 5,13% nos últimos 12 meses, 36% dos empresários conseguiram reajustar seus preços de acordo com o índice, cinco pontos percentuais acima do resultado de 2024. O cenário também mostra alívio nas dívidas. Hoje, 64% das empresas estão sem pendências financeiras, e entre as que ainda enfrentam atrasos, os maiores gargalos seguem sendo impostos federais (71%), estaduais (48%) e empréstimos bancários (35%).

FONTE: Monitor Mercantil