Brasil ultrapassa 200 milhões de cartões de crédito ativos

Movimentação com cartões alcançou R$ 2,8 trilhões em 2024

O cartão de crédito movimentou R$ 2,8 trilhões em 2024, representando crescimento de 14,6% em relação ao ano anterior, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs). O estudo revela que, pela primeira vez, o uso de cartões superou a marca de R$ 4 trilhões anuais, considerando todas as modalidades, com projeção de crescimento entre 9% e 11% para 2025.

O parcelamento sem juros representa 41% do valor transacionado no cartão de crédito, conforme o levantamento. Compras parceladas em até seis vezes concentram 65% desse volume. Quando se considera o parcelamento em até 12 vezes, o percentual sobe para 98,6% do total parcelado em 2024.

O Banco Central, em seu Relatório de Economia Bancária, destaca que o Brasil caminha para ultrapassar 200 milhões de cartões de crédito ativos, número que representa quase o dobro da população economicamente ativa do país. Instituições de pagamento e bancos digitais aumentaram sua base em 27,6 milhões de usuários entre 2019 e 2022.

No Brasil, a popularidade também pode ser explicada por esses fatores. O levantamento identificou que 77% dos consumidores possuem três ou mais cartões ativos, sinalizando maior propensão ao consumo planejado.

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Espaço Publicitário

Os programas de fidelidade e pontos são as vantagens mais valorizadas, de acordo com 88% dos entrevistados. Em segundo lugar aparecem os programas de milhagem, com 85% de aprovação, seguidos pelo acesso a salas VIP de aeroportos, valorizado por 74% dos usuários. Descontos imediatos em produtos e serviços atraem 68% dos consumidores, enquanto descontos em entretenimento interessam a 66%, e o cashback de uso livre é apreciado por 64% dos entrevistados.

Já o pagamento por aproximação cresceu 48,3% em 2024 comparado ao ano anterior, alcançando 67,2% do total de pagamentos presenciais em dezembro, de acordo com dados da Abecs. Cada hora registra cerca de 2,6 milhões de pagamentos por aproximação no país.

Outra pesquisa, do Instituto Datafolha, citada no relatório da Abecs indica que 65% dos consumidores brasileiros usam o pagamento por aproximação regularmente. Desses, 89% destacam comodidade e rapidez como principais vantagens da modalidade.

Para 15% dos entrevistados pela Fiserv, o limite do cartão representa um complemento da renda mensal, percentual que sobe para 28% nas classes D e E. O cartão prevalece especialmente em compras de alto valor e parceladas.

Para compras em lojas virtuais, 57% dos consumidores preferem o cartão, enquanto 48% o utilizam para serviços recorrentes de assinaturas.

Petshops lideram com expansão de 22% no uso de cartões em 2024. Autopeças registra 16,9%; em seguida estão eletrônicos e eletrodomésticos (13,2%); bares e restaurantes (12,9%); alimentação (12,5%).

A percepção de segurança influencia diretamente nas escolhas dos consumidores. Segundo a pesquisa Fiserv, 67% consideram a biometria como a modalidade mais segura, seguida pelo cartão físico com inserção do chip (64%) e o cartão virtual para compras online (59%).

Pontualidade de pagamento cai no comparativo entre primeiro trimestre de 2024 e 2025

Já segundo levantamento da Serasa Experian, a média da pontualidade de pagamentos das faturas de cartão de crédito dos brasileiros caiu no comparativo do primeiro trimestre de 2024 e 2025, saindo de 80,9% para 78,1%. Isso representa uma diminuição de 2,8 pontos percentuais. O estudo foi gerado com base nas informações do Cadastro Positivo.

Em termos de gênero, a pontualidade média também caiu para homens e mulheres entre primeiro trimestre de 2024 e o de 2025. Enquanto para o público masculino o índice caiu de 81% para 78,4%, para o público feminino a queda foi maior: de 80,9% para 77,9% – 2,6 pontos percentuais ante 3 p.p.

Em relação às regiões do país, também observamos quedas nos comparativos entre trimestres. O Sudeste teve a maior diminuição de pontualidade entre os períodos com uma queda de 3.3 pontos percentuais, saindo de 82,3% nos primeiros três meses de 2024 para 79% no mesmo período de 2025.

O Cadastro Positivo permite identificar também o tíquete médio das faturas de cartão de crédito dos brasileiros. Comparando os valores entre ambos os trimestres de 2024 e 2025 também é possível observar uma diminuição. A média foi de R$ 1.419,88 no primeiro trimestre do ano passado para R$ 1.306,84 no mesmo período desse ano, o que resulta numa diferença de R$ 113,04.

Entre os gêneros também observamos o mesmo movimento. No comparativo, o tíquete feminino teve uma queda de R$ 90,63 – saindo de R$ 1.276,89 para R$ 1.186,26. Já no caso masculino, vemos uma redução maior, de R$ 141,06. O tíquete médio nos primeiros três meses de 2024 estavam na faixa de R$ 1.588,63 enquanto no mesmo período de 2025, R$ 1.447,03.

Regionalmente, a maior queda do tíquete médio foi observada no Norte. Em 2024, o valor estava, em média, em R$ 1.233 e, atualmente, em R$ 1.107,48 – uma redução de R$ 125,52. Já a menor queda nesses valores foi observada na região Sul. O tíquete médio no primeiro trimestre do último ano estava em R$ 1.509,47 e, no primeiro trimestre deste ano, em R$ 1.435,88, uma diminuição de R$ 73,59.

FONTE: Monitor Mercantil – AG Brasil