Palácio Gustavo Capanema reabre após restauro e reforça sua importância cultural

Após anos em obras de restauro, o Palácio Gustavo Capanema reabriu, em agosto, as portas para visitação pública. São 16 pavimentos que representam um marco da arquitetura modernista e do patrimônio cultural brasileiro. O edifício foi construído entre os anos de 1937 e 1945 para, inicialmente, sediar o Ministério da Educação e Saúde Pública. Na época, o projeto foi liderado por Lúcio Costa e contou com participação de Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Jorge Moreira, Ernani Vasconcelos e consultoria de Le Corbusier.

De acordo com informações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), as obras de restauro do Palácio Gustavo Capanema começaram em fevereiro de 2019 e priorizaram tanto a conservação estrutural quanto a valorização do patrimônio artístico e arquitetônico do edifício. Conforme dados divulgados pelo Iphan, o investimento do Governo Federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), foi de R$ 84,3 milhões. Cerca de 100 trabalhadores estiveram envolvidos nas atividades durante os momentos de pico da obra.

Para Daniel Sombra, diretor do Departamento de Ações Estratégicas e Intersetoriais do Iphan, a reforma foi de grande relevância para o patrimônio. “É uma obra de restauro que merece um detalhamento, cuidado, tem materiais específicos. Viabilizar essa obra com recursos públicos não é fácil”, explica.

Entre os desafios técnicos para o grupo de arquitetos e urbanistas e engenheiros envolvidos no projeto está o fato de buscar garantir a atualização dos equipamentos de combate a incêndio e de climatização do prédio.  “Hoje, o edifício Capanema conta com todo o sistema novo de combate a incêndio, com sistema de ar condicionado e elétrico, que não tinha, obviamente, na versão da década de 30”, conta. “O grande desafio foi fazer essa atualização tecnológica do prédio, garantindo a sua qualidade patrimonial, a sua qualidade arquitetônica de quando ele foi inicialmente pensado”, complementa Sombra

O diretor destaca que o arquiteto e urbanista é um dos principais componentes da equipe envolvida em obras de restauro. “Cabe ao arquiteto liderar a compreensão de como adequar uma edificação com valor histórico e cultural e precisa ser atualizada para continuar abrigando diversas atividades”, comenta.

O Palácio Gustavo Capanema abriga, entre outras, obras de Cândido Portinari, Burle Marx, Bruno Giorgi. Devido a esse acervo, foi inscrito no Livro do Tombo das Belas Artes em 1948.

“O fim maior do restauro é garantir que edificações, prédios e cidades continuem sendo inutilizados pela população, pelo público, e que suas atividades sejam para garantir uso permanente”, finaliza.

FONTE- CAU-BR